Vocês sabiam que pelo número total de multas, cada automóvel recebe 3 por mês?
O povo quer saber. Onde esta o dinheiro arrecadado?
Cadê os investimentos em melhorias para o trânsito?
Os motoristas de São Paulo precisam ficar mais atentos aos limites de
velocidade, que vêm diminuindo em diversas vias da capital desde abril.
Dados da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) revelam que o número
de multas por excesso de velocidade quase dobrou em 2011 na cidade no
comparativo com igual período do ano anterior. De janeiro a novembro,
foram 3.022.187 autuações, ante 1.700.414 registros nos mesmos meses de
2010, alta de 77%.
Com isso, pela primeira vez em anos, essa infração desbancou o
rodízio como a penalidade de trânsito mais flagrada em vias paulistanas.
Especialistas afirmam que o programa da Prefeitura para reduzir a
velocidade máxima permitida ajuda a explicar o fenômeno. Até agora, 255
km de ruas e avenidas já tiveram o limite diminuído de 70 km/h para 60
km/h.
“O problema é que as pessoas dirigem de forma distraída, sem prestar
atenção à sinalização, porque as placas com os novos limites de
velocidade foram mudadas direitinho”, diz o consultor de tráfego Horácio
Augusto Figueira.
O engenheiro de trânsito Sergio Ejzenberg, ex-funcionário da CET,
avalia que o hábito de guiar a até certa velocidade faz com que
condutores cometam a infração. “Muitas vezes você está andando em um
limite que sempre respeitou, mas, de repente, ele muda. Isto gerou a
enxurrada de multas.”
Ele diz que, em alguns casos, como no da Avenida dos Bandeirantes,
zona sul, a alteração ocorreu de maneira muito rápida, dando poucos dias
para que os motoristas se adaptassem ao novo limite.
O vendedor Maurício Rodrigues, de 50 anos, diz que foi multado na
Avenida Aricanduva, zona leste, por causa da redução do limite de
velocidade. Ele foi flagrado por um radar a 72 km/h, 12 acima do
permitido. “Não sabia que tinha mudado. Não vi placa de velocidade.”
Segundo ele, as pessoas costumam acelerar ali à noite, devido à falta de
iluminação.
Para a CET, o crescimento expressivo das multas por desrespeito ao
limite de velocidade pode ser atribuído a ampliação da fiscalização
eletrônica. Em 2011, passaram a funcionar mais 14 aparelhos fixos,
ampliando o número de equipamentos para 576. Além disso, o órgão entende
o aprimoramento tecnológico dos radares – “que permitiu um ganho na
qualidade das imagens das infrações registradas” – também contribuiu
para o aumento das multas.
A companhia alega ainda que as autuações vinham subindo antes do
início da diminuição das velocidades. Ejzenberg também crê que a
operação de mais radares contribuiu para o número de multas subir. “É
outro fator importante.”
O aumento da frota de veículos também deve ser considerado, segundo
interpretação de Silvio Médici, presidente da Associação Brasileira das
Empresas de Engenharia de Trânsito (Abeetrans). De acordo com o
Departamento Estadual de Trânsito (Detran-SP), a capital ganhou cerca de
204 mil veículos entre novembro de 2010 e o mesmo mês do ano passado.
Ao mesmo tempo, os especialistas são unânimes em afirmar que a
redução dos limites de velocidade ajuda a diminuir a gravidade dos
acidentes e atropelamentos.
“Com mais radares e queda da velocidade, as pessoas vão mudando o
comportamento. Neste ano, vamos ver um reflexo positivo disso, e talvez
até o número de multas caia, porque as infrações deverão diminuir”, diz
Figueira.
A CET informou que o número de acidentes e atropelamentos no eixo
leste/oeste – que abrange a Radial Leste, o Minhocão e a Avenida
Francisco Matarazzo – caiu 14% entre abril e novembro, na comparação com
o mesmo período do ano anterior. A velocidade ali foi padronizada em 60
km/h.
Este prefeito Kassab não sabe mais onde tirar dinheiro para financiar seu partido.
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