quinta-feira, 2 de junho de 2011

Greve nos trens da CPTM termina à zero hora desta sexta-feira

Os três sindicatos que representam os trabalhadores da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) decidiram em assembleias no final da tarde desta quinta-feira (2) suspender a greve geral começada ontem (1º) de forma parcial, e, hoje, 100%. Com isso, os cerca de 2,45 milhões de usuários que ficaram sem essa opção de transporte à zero hora de hoje, garantem as entidades, voltarão a ter o atendimentro normalizado amanhã.

A greve, no entanto, foi suspensa até o próximo dia 10 --quando representantes dos trabalhadores voltam  a se reunir no TRT (Tribunal Regional do Trabalho) da 2ª Região, em São Paulo, em nova rodada de negociação. Ainda que não admitam oficialmente, os sindicatos foram surpreendidos hoje com a decisão do TRT de dobrar a multa de R$ 100 mil para R$ 200 mil em caso de descumprimento da liminar que, na última terça (31), fixava em 90% o mínimo operante nas linhas tanto do Metrô de São Paulo quanto da CPTM. Além disso, o TRT ainda definiu hoje, após audiências de conciliação entre as partes, que 100% terá de operar mesmo em caso de paralisação.

Segundo o presidente do Sindicato dos Ferroviários de São Paulo, Eluiz Alves de Matos, a assembleia que acabou no início da noite definiu pela suspensão da greve nas duas linhas que estavam até então em operação: a 7 --Rubi (Jundiaí - Luz) e a 10 - Turquesa (Luz - Rio Grande da Serra). Juntas, ambas movimentam diariamente cerca de 800  mil passageiros e respondem por cerca de 2.800 trabalhadores.

"A categoria decidiu acatar o pedido do TRT e suspendeu o estado de greve, mas tem ajuizada essa reunião de conciliação do dia 10, às 13h30, e nova assembleia no mesmo dia, às 18h; a preocupação não era com a multa referente ao não cumprimento da liminar, vamos é ter paciência para não prejudicar a população", disse Matos, para quem "houve, sim, avanço nas negociações". "A empresa aumentou de R$ 17 para R$ 18 o valor do ticket e vai rever a licença maternidade de 120 dias", citou.
Pelas linhas 8-Diamante (Júlio Prestes - Itapevi) e 9 - Esmeralda (Osasco - Grajaú),  os trabalhadores englobados pelo Sindicato da Zona Sorocabana também definiram em assembleia a retomada das atividades, segundo a assessoria da entidade, "como forma de atender o TRT e até por questão de consideração à população". "Mas nova paralisação não está descartada mais tarde, pois mantém-se o estado de greve enquanto acontecem as negociações", frisa a entidade.
No Sindicato da Central do Brasil, que opera as linhas 11 e 12, a assembleia defendue a suspensão da greve também após as colocações feitas na audiência no TRT. Quem afirma é o consultor de comunicação da entidade, Rogério Centofanti, segundo o qual, "na verdade, a categoria ganhou um fôlego para negociar".
"Muito mais que a possibilidade de multa, pesou mesmo na decisão foi o pedido do TRT, que foi suficientemente sensível em entender que temos motivos para greve. Em atenção aos usuários, pois temos consciência dos estragos que traz a paralisação, suspendemos o movimento", afirmou Centofanti, para completar: "É estratégico o recuo nesse momento".

Julgamento da greve

A decisão das assembleias veio a tempo de o TRT julgar a legalidade ou não da greve. Com a suspensão do movimento, o tribunal divulgou em seu site que, "diante do retorno ao trabalho, o dissídio coletivo de greve, que julgaria abusivo ou não o movimento paredista, não foi a julgamento."

Assembleia dos metroviários

Agora à noite, trabalhadores do Metrô também decidem se param ou não. A assembleia acontece na sede do Sindicato dos Metroviários do Estado de São Paulo, no Tatuapé (zona leste), depois de uma assembleia na terça (31) em que a possibilidade de paralisação foi retirada de pauta sob alegação dos diretores da entidade de "falta de união" diante de um consenso para a greve. Ao todo, o metrô paulistano tem cerca de 8.700 trabalhadores e uma demanda de mais de 3,7 milhões de passageiros/dia durante a semana.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Deixa seu recado para a melhoria do transporte e do trânsito em São Paulo