A greve, no entanto, foi suspensa até o próximo dia 10 --quando representantes dos trabalhadores voltam a se reunir no TRT (Tribunal Regional do Trabalho) da 2ª Região, em São Paulo, em nova rodada de negociação. Ainda que não admitam oficialmente, os sindicatos foram surpreendidos hoje com a decisão do TRT de dobrar a multa de R$ 100 mil para R$ 200 mil em caso de descumprimento da liminar que, na última terça (31), fixava em 90% o mínimo operante nas linhas tanto do Metrô de São Paulo quanto da CPTM. Além disso, o TRT ainda definiu hoje, após audiências de conciliação entre as partes, que 100% terá de operar mesmo em caso de paralisação.
Segundo o presidente do Sindicato dos Ferroviários de São Paulo, Eluiz Alves de Matos, a assembleia que acabou no início da noite definiu pela suspensão da greve nas duas linhas que estavam até então em operação: a 7 --Rubi (Jundiaí - Luz) e a 10 - Turquesa (Luz - Rio Grande da Serra). Juntas, ambas movimentam diariamente cerca de 800 mil passageiros e respondem por cerca de 2.800 trabalhadores.
"A categoria decidiu acatar o pedido do TRT e suspendeu o estado de greve, mas tem ajuizada essa reunião de conciliação do dia 10, às 13h30, e nova assembleia no mesmo dia, às 18h; a preocupação não era com a multa referente ao não cumprimento da liminar, vamos é ter paciência para não prejudicar a população", disse Matos, para quem "houve, sim, avanço nas negociações". "A empresa aumentou de R$ 17 para R$ 18 o valor do ticket e vai rever a licença maternidade de 120 dias", citou.
Pelas linhas 8-Diamante (Júlio Prestes - Itapevi) e 9 - Esmeralda (Osasco - Grajaú), os trabalhadores englobados pelo Sindicato da Zona Sorocabana também definiram em assembleia a retomada das atividades, segundo a assessoria da entidade, "como forma de atender o TRT e até por questão de consideração à população". "Mas nova paralisação não está descartada mais tarde, pois mantém-se o estado de greve enquanto acontecem as negociações", frisa a entidade.
No Sindicato da Central do Brasil, que opera as linhas 11 e 12, a assembleia defendue a suspensão da greve também após as colocações feitas na audiência no TRT. Quem afirma é o consultor de comunicação da entidade, Rogério Centofanti, segundo o qual, "na verdade, a categoria ganhou um fôlego para negociar".
"Muito mais que a possibilidade de multa, pesou mesmo na decisão foi o pedido do TRT, que foi suficientemente sensível em entender que temos motivos para greve. Em atenção aos usuários, pois temos consciência dos estragos que traz a paralisação, suspendemos o movimento", afirmou Centofanti, para completar: "É estratégico o recuo nesse momento".
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